Com os avanços da psicanĂĄlise e as novas descobertas cientĂficas, as artes passaram a ser vistas como uma forma de "canalizar a violĂŞncia, satisfazer as disposiçþes do imaginĂĄrio, liberar fantasias, enfim "descarregar" os impulsos considerados inevitĂĄveis, como uma vĂĄlvula reguladora"¹. No cinema de Horror a função social do espetĂĄculo começou a mudar em 1960, quando o mestre Alfred Hitchcock apresentou ao mundo o seu clĂĄssico Psicose, filme que ditaria as bases do horror moderno. Pela primeira vez no cinema, a protagonista teria um final trĂĄgico, e o tĂŁo usual Happy Ending se viu ameaçado. AlĂŠm disso, a ameaça assustadora, elemento central no cinema de Horror, antes um fenĂ´meno exterior, distante, associado ao meio rural, passou a adentrar os lares urbanos.
Nos anos 1990, quando os filmes de JosÊ Mojica Marins começaram a ser lançados no exterior, cinÊfilos do mundo todo se espantavam com o fato de no Brasil da dÊcada de 1960 existirem filmes tão violentos e inovadores na linguagem. Com ZÊ do Caixão, o Brasil inseria-se no contexto moderno do cinema de Horror, e a sanguinolência estava apenas começando.
Texto escrito por Alvaro Nunes, Bacharel em HistĂłria - MemĂłria e Imagem pela UFPR e Especialista em Cinema pela UNESPAR.
Notas:
1 - XAVIER, Ismail. O olhar e a cena – Melodrama, Hollywood, Cinema Novo, Nelson Rodrigues. SĂŁo Paulo: Cosac & Naif, p. 78, 2003.
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